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O desafio de ser líder: antes de tudo uma escolha

Os desafios de atuar como líder são imensos e surgem a cada dia. Nessa resposta ao leitor D.C. exploro um pouco minha visão a respeito desse exercício e da importância do feedback (ou do que fazer com ele...)

Pergunta do leitor D.C.
Tenho apenas 20 anos e estou no 3º ano de Sistemas de Informação, fiquei por 1 ano e meio trabalhando como Service Desk e me tornei gestor de uma equipe de 14 pessoas.
Estou enfrentando uma grande diversidade de perfis e dificuldade para lidar com cada analista que possuo em minha equipe.
Tive o disprazer de receber algumas reclamações sobre minha gestão e estou procurando melhorá-las até porque sou novo e este desafio profissional pra mim é muito importante.
Estou a 6 meses no cargo, as principais reclamações são :
* Ser muito ríspido, áspero ou até mesmo duro com as palavras
* Um certo "favorecimento" para atender meus analistas
* Inacessibilidade
Estes 3 pontos são os principais.
Creio que isto dá-se devido eu ser muito perfeccionista e exigente, e gostar das coisas perfeitas e sem erros.
Poderiam me dar algumas dicas quanto a como melhorar estes 3 pontos citados acima ?
Desde ja agradeço sua atenção.

Minha resposta
D.,
A resposta a sua questão é bastante complexa e repleta de variáveis. Daria um livro...De qualquer forma, correndo o risco de errar devido ao desconhecimento de todo contexto, aqui vai algumas opiniões sobre os pontos abordados:
a) Temos o péssimo hábito como gestores de considerar que as pessoas devem agir como nós mesmos agiríamos. Com o tempo vamos percebendo que cada pessoa tem sua individualidade e cabe a nós, como líderes, buscar extrair o melhor resultado possível de cada profissional considerando seu perfil, limitações e, sobretudo, seu próprio estilo. Partindo do princípio que o profissional de sua equipe tem as competências técnicas necessárias e seus valores e crenças estão alinhados com os da organização (ou seja, trata-se de um profissional que você pode confiar), sugiro que você exercite uma boa dose de flexibilidade em seu estilo de liderança dando espaço para outras formas de atuação. Isso não significa que você colocará em risco sua liderança, pelo contrário, a tendência é que as pessoas confiem mais em você na medida em que se identificarem com seu modo de gestão.
b) Sobre as questões de acesso e rispidez, creio que vale à pena você ficar atento a forma como está se relacionando com as pessoas em seu entorno. Não tenho informações para afirmar que esse é seu caso, mas em algumas situações, profissionais excessivamente técnicos geram uma percepção que são pouco orientados as pessoas. Essa percepção é natural devido a racionalidade demandada a negócios dessa natureza. Na medida em que você migra para uma posição de liderança que demanda, maios do que realizar bem as tarefas operacionais, mas, sobretudo, zelar para que sua equipe atue em alta performance, é requerido que ocorra uma maior orientação para as atividades mais "softs" e os relacionamentos interpessoais são fundamentais (não só no que se refere aos seus subordinados, mas em relação a pares, clientes, superiores e todos os agentes).
c) A respeito do "favorecimento" é necessário uma reflexão pessoal. De qualquer forma, procure se cercar de fatos e dados em todos os momentos onde é requerida uma tomada de decisão relevante, principalmente, em seu caso, quando essa decisão dizer respeito as pessoas de sua equipe. Por outro lado, é de extrema importância para um líder cuidar de sua equipe, zelando por sua imagem e preservando-a de fatores externos que não dizem respeito a seu contexto. Um líder distante de sua equipe, que não é seu porta-voz e nem a representa adequadamente junto a todos os agentes da organização não está cumprindo parte de seu papel profissional.
A despeito de seu desconforto, acredito que você está no caminho certo. O fato é que você é um líder muito jovem e é natural (ainda bem) cometermos erros nessa trajetória. De qualquer forma, sua sensibilização quanto a esse feedback e atitude em buscar respostas é louvável. Aliás, valoriza os momentos de feedback. Apesar de ser dolorido, é muito mais relevante ouvirmos um feedback legítimo - mesmo que seja duro e, por vezes, me cause um sentimento de injustiça - do que ter a informação de que estou errando quando já for tarde demais.
Espero ter ajudado apesar de conhecer pouco o contexto. Conte comigo por aqui e siga adiante, pois você tem um caminho longo e, por certo, promissor pela frente.

Um abraço,

Sandro Magaldi

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