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A agenda oculta destrói as organizações!

Uma das características mais marcantes de nossa sociedade atual diz respeito a demanda de todos por ambientes e relações mais transparentes.
Tradicionalmente as relações nas organizações foram governadas pelo binômio controle e poder. Eu controlo todas as suas ações, pois tenho poder institucional sobre você já que sou seu superior hierárquico. Como consequência, testemunhamos o famoso jogo do “me engana que eu gosto” onde os funcionários fingem que estão trabalhando, dando o seu máximo e os gestores fingem que estão fazendo seus “liderados” trabalhar em alta performance.
Atualmente essa lógica não funciona, pois a fórmula da alta performance está muito mais centrada no binômio autonomia e monitoria. Essa visão considera que as pessoas são responsáveis pelos seus atos e, como consequência, tem autonomia de ação. Como contrapartida todos os que se enquadram nesse modelo, tem a responsabilidade por seu desempenho que é monitorado por meio de diretrizes claras. Por incrível que pareça é a mesma lógica do “é olho do dono que engorda o gado”, porém ao invés do dono estar ali, todo dia, agindo como feitor, ele define as diretrizes, acompanha os resultados e contribui para a melhora de performance de seus liderados monitorando todo processo constantemente.
Você deve estar se perguntando: qual a relação dessa visão com a tal da agenda oculta? Os dois temas estão intrinsecamente relacionados. Quando tenho um contexto orientado para o controle que oferece pouca autonomia aos colaboradores, a tendência é que a transparência nas informações seja parcial na medida em que a lógica que vigora é que “não é necessário que todos tenham acesso a todas informações”.
Em situações como essa, muitas vezes, a versão que é compartilhada para um colaborador é diferente da que é contada para outro que, no final do dia, é distinta da verdadeira versão. A consequência é que nesses ambientes reina a desconfiança, a falta de entrega e uma performance que só se sustenta pela lógica “eu trabalho pelo salário que você me paga”. O engajamento fica comprometido, pois o relacionamento não é baseado em confiança. A visão que vigora é “porque devo me entregar a uma causa que não conheço em detalhes?”. No final do dia temos um impacto para organização inclusive na lógica econômica, pois temos profissionais que não atuam em seu pleno potencial subutilizando seu potencial e performance.
Por outro lado, em ambientes que são orientados pela transparência, a tendência é que seja construída uma visão compartilhada, onde todos sabem de seus direitos e deveres tendo muita clareza sobre suas metas e responsabilidades. Nesse sentido, as relações tendem a ser baseadas em confiança onde os elementos que não se enquadram nessa visão são expurgados pelo sistema. Esse ambiente traz como desafio a necessidade de coerência de todos os líderes da organização, pois as decisões contrárias aos valores da empresa serão alvo de questionamento.
Para se construir um ambiente como esse é necessário tempo, dedicação, comprometimento com o modelo e muita, mais muita coragem mesmo. Diversas armadilhas surgem pelo caminho, pois, muitas vezes, é muito mais cômodo tomar uma decisão sem compartilhar com todos se expondo a opiniões contrárias. Por outro lado, com o tempo, se estabelece um ambiente de trabalho virtuoso, altamente estimulante e repleto de significado. Não é possível construir uma organização que se baseia em propósitos consistentes sem transparência. Não é possível ter uma equipe engajada genuinamente tendo uma agenda corporativa oculta.
Atenção: esse mal não atinge apenas empresas de grande porte. Pelo contrário, tenho testemunhado empresas de pequeno e médio porte que caem na armadilha do despotismo, pois é o modelo que sempre vigorou no ambiente empresarial.
Não à toa quando empreendedores e líderes ousam desenvolver modelos mais participativos, abertos, transparentes o efeito no médio prazo é de um ambiente altamente desejado por talentosos profissionais que chegam até a abrir mão de uma remuneração financeira mais agressiva em contrapartida a outros benefícios muito mais valorizados como a motivação de fazer parte de algo maior.
Acredite, esse meu discurso não é teórico, conceitual. Ele é totalmente prático. A pergunta que deixo para sua reflexão é: você acha mesmo que as empresas que adotam modelos menos transparentes, mais autocráticos serão empresas atraentes para àqueles que almejam fazer a diferença e são profissionais de alto potencial? Pois se sua visão é que isso tudo é muito romântico, e que deve vigorar a lógica “manda quem pode, obedece quem tem juízo” siga adiante no modelo controle/poder. Concordo que esse é um modelo mais cômodo para o curto prazo. Porém se você acredita que o que faz empresas excepcionais são pessoas excepcionais e seu engajamento com a visão da organização, reflita com carinho sobre esses conceitos e ouse estabelecer um novo paradigma de gestão. Um paradigma muito mais nobre, desafiador e audacioso do que simplesmente considerar que as pessoas de sua empresa fazem aquilo que são pagas para fazer.
No final das contas, garanto que valera à pena #ouse

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