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Afinal porque tanto se fala em inovação?

Seguramente nunca se falou tanto em inovação quanto na atualidade. Basta darmos uma boa olhada nas revistas de negócios e nos cursos de negócios para notarmos que inovação é a bola da vez (e isso não é de hoje). Mas afinal, porque se fala tanto sobre esse tema?

A resposta está diante de nossos próprios olhos. É só notarmos dois fenômenos presentes em nosso dia a dia. O primeiro é o excesso de concorrência em praticamente todos os setores organizados da economia. O segundo fator que potencializa o efeito desse primeiro é o acesso a informação. Com o advento da internet um número sem fim de informações está à disposição de qualquer um a apenas um click. Um ambiente com essas características tende a fazer com que os produtos e serviços sejam cada vez mais commoditizados, ou seja, o nível de indiferenciação entre ofertas concorrentes é muito grande, pois uma idéia ou produto novo rapidamente é copiado pela concorrência. São poucos aqueles segredos guardados as sete-chaves que caracterizavam algumas tradicionais companhias há anos atrás, pois a informação, via de regra, está acessível a todos.

A inovação é justamente uma resposta a esse cenário, pois a saída para uma companhia preservar suas margens e buscar um nível de crescimento sustentável é diferenciar-se continuamente de seus concorrentes. A inovação, nesse contexto, deve ser encarada como um recurso estratégico nessa busca. Para entendermos seu significado, porém, temos de desmistificar alguns pontos.

Inovação não é sinônimo de invenção. Toda invenção bem sucedida em uma empresa é uma inovação, porém nem toda inovação é uma invenção. O Cirque Du Soleil não inventou o circo. Na realidade seu fundador, o canadense, Guy Laliberté observou uma mudança no comportamento das pessoas em relação a esse modo de entretenimento e criou uma experiência diferenciada, multisensorial, quebrando um paradigma ao não utilizar animais em cena.

Esse exemplo também dá o gancho para quebrarmos outro mito sobre inovação: inovar não é uma qualidade restrita a empresas de alta tecnologia como Apple, Microsoft, Google entre outras. Em meu livro cito diversos casos de empresas de setores variados como Gran Sapore, Visa Vale, Wise-up, Microlins que têm crescido a níveis acima da média do setor graças ao empreendimento de inovações importantes em seu negócio. Considerando que a tendência a commoditização impacta todos os mercados é imperativo que todas as organizações desenvolvam uma cultura orientada a inovação. Notem que todos os casos que citei são de empresas brasileiras. Acredito que a flexibilidade que caracteriza nossa cultura e o modo como fazemos negócios pode permitir as empresas nacionais serem extremamente inovadoras.

Outra visão que deve ser refletida sobre inovação: as grandes inovações só acontecem no desenvolvimento de produtos como na criação do I-pod, por exemplo. Isso não é verdade. A Avon foi a empresa pioneira no desenvolvimento de uma modalidade de vendas que depois se popularizou: a venda porta a porta. Além disso, a empresa foi a primeira a enxergar a mulher como protagonista do núcleo familiar entendendo-a como consumidora e também como força de trabalho. A companhia cresceu assustadoramente ao longo dos anos, inovando com um novo modo de levar seus produtos ao mercado. Nenhuma inovação no produto aconteceu. É possível inovarmos no produto, nos processos e também na experiência com nosso cliente. Depende da vocação de seu negócio para definir qual modelo é mais adequado a sua companhia.

Essas são as principais convicções que recomendo revermos acerca de inovação. Existe outra, porém que em minha opinião deve ser preservada, pois é a verdadeira força propulsora da inovação. Uma empresa inovadora é feita por pessoas inovadoras. Se a empresa escolhe esse caminho como seu diferencial competitivo ela deve semear o gosto pela inovação no coração e mente de todos seus profissionais. Só assim é possível construir uma cultura organizacional orientada a inovação e pensar, de forma sistemática e freqüente, como fazer diferente, como gerar recursos de novas formas, como superar os concorrentes surpreendendo, positivamente, seus clientes.

Não se trata de tarefa fácil, porém é uma escolha indispensável ao sucesso nos dias atuais. Boa sorte!

(*) Artigo publicado na Revista Ometz

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