Um dos acontecimentos que mais chamou a atenção no início de 2012 foi a aposentadoria do jogador de futebol Marcos, o “São Marcos”, como ficou popularmente conhecido por seus milagres embaixo das 4 traves atuando pelo Palmeiras e Seleção Brasileira. Um dos momentos que mais chamou a atenção na entrevista de despedida do atleta foi quando o goleiro comentou o porquê desistiu de ir jogar na Inglaterra quando estava no auge de sua carreira. Marcos comentou que optou por continuar no Palmeiras e construir um legado, uma história ao invés de ficar pulando de time em time como é natural entre os craques da atualidade.
Você deve estar se perguntando o que essa informação esportiva tem a ver com nossa coluna. Pois em minha opinião mais do que aparenta. Os clientes, em geral, querem se relacionar com empresas cujas crenças estão baseadas em valores sólidos. Empresas que representam um importante legado tendem a ser mais valorizadas e almejadas do que aquelas que têm um perfil mais aventureiro.
É importante que essa visão esteja disseminada por todos aqueles que representam organizações com esse perfil mais longevo. Considerando que os clientes têm predisposição a se relacionar com empresas que têm um legado, cabe aos profissionais de contato com estes clientes contar essa história de forma a fortalecer os laços e reforçar o posicionamento da organização mostrando seus diferenciais.
O principal desafio das empresas, sob a ótica mercadológica, é obter vantagem competitiva apresentando ao mercado suas características peculiares, aquilo que lhe faz única. Existe uma forte tendência – e não é de hoje – pela commoditização dos produtos ou serviços. Em síntese isso significa que tudo, atualmente, é facilmente “copiável” pelos concorrentes. A trajetória de uma organização, suas crenças e valores são únicos. Ou seja, não há como outra empresa copiar esses atributos singulares. Aliar uma abordagem ao mercado que combina os diferenciais de sua oferta com as crenças da organização é uma forma de mostrar ao cliente a essência do valor que essa empresa leva ao mercado.
Preparar todos os profissionais, principalmente aqueles de contato com o cliente, para contar essa história deve ser uma prioridade para as organizações com esse perfil. As empresas que, como Marcos, esse notável personagem do esporte brasileiro, foram construídas tendo como base esses sólidos alicerces não terão problemas para construir essa caminhada. Não podemos afirmar o mesmo, no entanto, daquelas cujo foco é ser vendida amanhã para um grande investidor.
Aliás, será que o centroavante Kléber, que jogou no mesmo Palmeiras, e já está em seu 3º clube em 3 anos, terá direito a mesma mobilização quando se aposentar? É ver para crer.