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Airbnb, Under Armor e Facundo Guerra: Da insatisfação dos empreendedores surgiram negócios transformadores

Uma das principais virtudes de qualquer empreendedor é olhar para onde todo mundo está olhando e enxergar o que ninguém está vendo. São as chamadas oportunidades não mapeadas que, muitas vezes, estão embaixo de nossos próprios olhos e não são percebidas.

É curioso que muitos desses problemas não identificados são despertados graças ao incômodo gerado por necessidades individuais do empreendedor. Vejam esses casos:

* Em 2007, Joe Gebbia e Brian Chesky receberam uma carta do proprietário do apartamento que dividiam em São Francisco nos Estados Unidos comunicando um aumento de 25% no valor do aluguel. Sem recursos pensaram em como poderiam arrumar uma grana para continuar naquele imóvel. Tiveram a ideia de alugar um dos quartos para outra pessoa. Como o quarto não tinha mais camas, providenciaram colchões infláveis. Rapidamente conseguiram alugar o imóvel e, não só conseguiram os recursos necessários para se manter no local, como da ideia surgiu o Airbnb (por isso o nome que vem de airbed-and-breakfast algo como colchão inflável e café da manhã) que é avaliada, atualmente, em mais de US$ 25 Bilhões

* No início da década de 90, Kevin Plank foi um esforçado jogador de futebol americano. Muito determinado a fazer a diferença começou a estudar oportunidades de ter uma melhor performance. Foi quando percebeu que depois dos jogos e treinos, a camisa que utilizava por baixo do uniforme ficava muito pesada devido ao suor. Começou a pesquisar novos materiais que absorvessem menos suor e deixasse a camisa menos pesada. Conseguiu encontrar tecidos de fibra sintética que diminuíram o peso da camisa de um kilo e meio para duzentas gramas. A carreira de Kevin no esporte não foi adiante, porém o produto se popularizou junto aos atletas do esporte e foi o embrião da Under Armour, marca de produtos esportivos globais que está dando muito trabalho as gigantes do setor e é avaliada, atualmente, em mais de US$ 3 Bilhões.

Aqui no Brasil, não é diferente. Um dos muitos exemplos de empreendedores que mapearam soluções baseadas em necessidades pessoais é Facundo Guerra, fundador do Grupo Vegas e um empreendedor transformador. O grande objetivo de Facundo é transformar São Paulo e faz isso baseado em uma visão muito particular do contexto da cidade e de suas demandas pessoais. Foi assim que revitalizou o Mirante 9 de Julho, uma área degradada da cidade que já se transformou em um ponto turístico muito concorrido e, mais recentemente, criou o conceito de Drive In dentro do Cinema Belas Artes, impulsionado pela sua saudade dos antigos cinemas Drive In onde era possível assistir aos filmes dentro do automóvel com toda estrutura de bar à disposição.

Curioso que Facundo construiu todo seu negócio, que atualmente recebe cerca de 1 milhão de clientes por ano, com pouca grana. Ele nunca teve investidores e começou sua jornada com o dinheiro da rescisão que recebeu quando foi demitido de um confortável emprego em uma das principais empresas do mundo na época.

Se identificou? Pois é, muitas vezes, a realização de projetos de alto impacto está muito mais próxima do que imaginamos. Além disso, essa visão não se restringe ao empreendedor empresário. Oportunidades não mapeadas estão aí, presentes em todo contexto e podem ser aproveitadas mesmo se você for um intra-empreendedor, dentro dos limites da organização que atua.

Vivemos no mundo das possibilidades. É necessário muita inquietude, atenção e desconforto. Seguramente alguma oportunidade está passando agora embaixo do seu nariz. Agarra ela logo aí, antes que alguém a aproveite no seu lugar.

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