Espremidos por discussões ideológicas sem fim, tenho a clara sensação que nós, como sociedade, estamos fazendo as perguntas erradas. Alguns exemplos:
A guerra Uber x Táxi continua, porém o carro autônomo é uma realidade cada vez mais concreta e, até 2020, teremos automóveis circulando sem motoristas em nossas avenidas. Como será a matriz de mobilidade urbana e todas as questões de segurança nesse contexto? Será que Uber e taxistas ficarão obsoletos e morrerão abraçados? Quem está realizando essas reflexões?
As discussões políticas sobre a previdência pública são incessantes. Alguém tem alguma esperança que o Governo dará conta do universo de pessoas com uma faixa etária maior em uma sociedade cuja expectativa de vida só aumenta? Além dessas discussões, não seria o caso de estarmos refletindo sobre formas de geração de emprego e renda para os cidadãos com mais de 60 anos?
É óbvio que essas discussões são relevantes. De modo algum advogo contra essas proposições, porém são incompletas e insuficientes em um ambiente em ebulição.
Aqui não cabe nenhuma questão ideológica sobre a direita, a esquerda ou o centro (que repudio a todas e não darei espaço para essa postura por aqui). Todos estão incorrendo no mesmo erro em uma discussão sectária pouco pragmática.
É imperativo nos liberarmos dos grilhões da polaridade ideológica e construirmos uma agenda propositiva que se dedique a discutir nossa inserção em uma nova sociedade que não será nada parecida com a atual.
O mundo atual não é de quem tem as respostas certas. É de quem faz as perguntas corretas já que tudo está em aberto. É um problema convivermos com tantas certezas em um ambiente de incertezas. Me deparo com muita gente com convicções inflexíveis sem dar espaço para o novo.
Isso, sim, me preocupa....