Nesses dias tive a oportunidade de dar uma aula para uma turma de MBA da FIA. Gostaria de estar mais em sala de aula, compartilhando conhecimento, ajudando as pessoas a quebrar paradigmas, a refletir sobre nossos desafios do dia a dia, porém hoje minhas prioridades me limitam de investir mais tempo nessa frente.
Enfim, o que me chamou a atenção no papo – que foi ótimo, a propósito – foi a insegurança causada pela instabilidade econômica atual. Isso ocorre, sobretudo, porque trata-se de uma disciplina sobre Vendas e, todos sabem, que é uma das primeiras a receber os impactos de uma crise.
Me dei conta de um aspecto que não estava tão claro para mim: existe uma geração de brasileiros que nunca passou por uma adversidade brava, por uma crise cascuda. É natural que, nessas circunstâncias, a insegurança tende a tomar conta e afetar de forma significativa as expectativas e autoestima da galera.
A música para mim toca diferente. Sempre comento que passei por inúmeras crises cabeludas: Plano Collor, Plano Real, Crise Russa etc. São tantas que nem me recordo seus nomes e épocas. Muitas delas eu passei com pessoas queridas que estão sempre por aqui, comentando meus posts, interagindo comigo no dia a dia. Cada nova crise, representava um novo desafio. Foram tantas porradas, no entanto, que fiquei com o “casco duro”. A despeito de todos elas, continuei vendendo muito, ganhando prêmios e prosperando.
Nada mais me assusta. A única coisa que muda em situações como essa é que altero um pouco minha rotina. Por exemplo, evito ler a coluna econômica dos jornais com a mesma assiduidade de antes. Claro que me mantenho informado, porém não quero ser contagiado com o pessimismo característico em situações como essa. Sabe porquê? Por que minha experiência mostra que ninguém, muito menos os jornalistas e os economistas, tem uma visão clara sobre os impactos de uma situação como essa. Tampouco uma visão de futuro clara.
Sendo assim, prefiro ter a minha própria visão de futuro e, ao invés de ficar esperando a “morte da bezerra”, correr atrás do que é meu. Esse ninguém me tira 😉