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Tag: Estratégia

Ser a maior ou de a de maior relevância?

28 maio 2018

A expectativa média de vida de uma empresa em 1937 era de 75 anos. Atualmente, ao avaliar a lista das 500 Maiores Empresas listadas na bolsa de Nova York, esse mesmo índice é de 15 anos, ou seja, cinco vezes menor do que era antigamente. Em 2020, mais de três quartos da lista das 500 maiores será composta por empresas que atualmente não existem ou ainda são obscuras. Então, por que algumas pessoas acreditam que manter os modelos tradicionais de gestão irá leva-las a esse novo mercado que está por surgir? Nossos modelos tradicionais de gestão estão relacionados ao crescimento do mercado de consumo na década de 80, que levou ao surgimento de inúmeras novas empresas e, consequentemente, a uma concorrência nunca antes vista. Com tantas empresas disputando a atenção e o bolso dos clientes, as décadas seguintes ensinaram aos homens de negócio que a regra geral era ter um diferencial competitivo para crescer, prosperar e ter longevidade. Nesse contexto de estabilidade e diferenciação, o professor da Harvard Business School Michael Porter desenvolveu a teoria da estratégia competitiva, na qual as forças que dão forma à estratégia passam por eixos muito diferentes dos contábeis e que os executivos podem ter influência nas condições de seu setor de atividade quando atuam com seus rivais, clientes e fornecedores. Esse pensamento estratégico consagrou-se no mundo corporativo e valorizou a visão da relevância de gerenciar as forças competitivas que influenciam o negócio na obtenção de resultados superiores, influenciando ainda hoje o crescimento de novas empresas. Do ponto de vista estratégico, ninguém melhor que Porter soube catalisar e traduzir os efeitos do modelo tradicional de gestão. Seu fundamento principal é a conquista do melhor posicionamento possível da organização perante os concorrentes em sua cadeia de valor, tendo acesso, de forma diferenciada e de preferência exclusiva aos insumos e recursos essenciais ao negócio. Para realizar a análise competitiva da organização, ele desenvolveu a visão de cinco forças que as empresas devem avaliar e medir para determinar uma estratégia eficiente: rivalidade entre concorrentes; ameaças de novos entrantes; poder de barganha dos clientes; poder de barganha dos fornecedores; e ameaça de produtos substitutos. Esse pensamento teve como base o padrão de gestão tradicional, no qual estão muito bem definidos todos os agentes de sua cadeia de valor, bem como seus responsáveis e papéis. Mas, no mercado atual, em que a inovação e a velocidade de mudanças atingem seu pico, temos esses papéis tão bem definidos? Esses agentes são seres imutáveis, com os mesmos papéis e atuando na mesma cadeia de valor? Nosso pensamento estratégico convencional não atende mais às demandas da 4ª Revolução Industrial porque nem as pessoas nem os papéis delas são os mesmos da década passada. E, pior, não serão os mesmos nos meses futuros. O pensamento das forças competitivas de Michael Porter não previu os fundamentos da nova sociedade por estar todo centrado no controle completo da cadeia de valor. Esse modelo não leva em conta os efeitos da rede e o valor criado por meio das interações entre seus agentes. Na prática, se a Amazon tivesse seguido somente o modelo de Michael Porter, seria a maior livraria online do mundo e não uma das principais organizações do mundo com sua plataforma de negócios. O trade-off Tamanho versus Diferenciação deixou de ser mandatório. Empresas como Amazon aliam porte do negócio com diferenciação por meio da adoção de tecnologia e de inovação. A influência em uma rede de agentes composta por clientes, parceiros e outras organizações em geral passou a ser mais relevante e rentável do que deter ativos físicos. Quando analisamos o que essa influência em rede significa, vemos um mundo novo admirável, que traz consigo possibilidades de negócios até então inexistentes e, para além disso, o espaço necessário para criarmos negócios mais democráticos e abrangentes. (artigo de minha autoria relacionado ao livro “Gestão do Amanhã” publicado na Revista América Economia em Maio/18)

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Uber, Embraer e o Encontro de Gerações

14 março 2018

Há um movimento nada silencioso que ganhou destaque na edição do SXSW desse ano e que tem como protagonistas empresas como Uber e Google. Enquanto, muitos ainda não se atentaram aos impactos dos carros autodirigidos, já está programado para 2020 os primeiros testes dos veículos aéreos para transporte individual Olha os Jetsons aí, novamente!! Essa notícia não é nova. No “Gestão do Amanhã” obra que escrevi com José Salibi Neto e que já está disponível à venda, já mencionamos esse caso dando ênfase para uma parceria pouco convencional entre Uber e Embraer. Não é a única parceria do Uber com empresas aéreas que está investindo em aproximações desse tipo pelo mundo para viabilizar esse projeto revolucionário. O que quero chamar atenção é para uma tese que chamo de “encontro das gerações”. Minha visão, e nossas pesquisas corroboram essa tese, é que um dos caminhos virtuosos para o desenvolvimento de soluções inovadoras é aliar o conhecimento e experiência das companhias tradicionais com a volúpia e pensamento disruptivos  das novas organizações. A mistura desses dois conhecimentos tem um potencial explosivo e não se restringe às empresas. Deve ser adotado por líderes tradicionais e novos. Afinal, as mentorias são um dos movimentos mais impactantes de todo processo de evolução das startups e seus líderes. Para viabilizar esse encontro é mandatório que as partes exercitem muita humildade para que a abertura necessária em todo processo se viabilize e ambos substituam a inflexibilidade do “sabe tudo” pela flexibilidade da convicção que “está tudo em aberto”. O tema é abrangente e tem muitos desdobramentos apresentados no livro, porém reforço essa referência: unir o tradicional ao novo é um dos movimentos mais promissores na construção de novos modelos mais adaptados aos tempos atuais e para isso é requerida muita abertura e humildade. Que venham outras parcerias como essa!!

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As empresas de diagnóstico competindo com o Google

13 março 2018

A tecnologia subverte a lógica estabelecida há décadas no mercado corporativo influenciando os pilares fundamentais que, até então, orientaram o pensamento estratégico. Para ilustrar essa lógica, veja essa notícia publicada no Meios: O Google descobriu como avaliar o risco de doença cardíaca de uma pessoa olhando nos olhos dela. Com inteligência artificial, o software da empresa escaneia a parte de trás do olho do paciente e é capaz de deduzir com precisão dados como sua idade, pressão arterial e se ele fuma ou não. Um dos principais conceitos estratégicos foi elaborado por Michael Porter com suas forças competitivas. Uma das bases do conceito reside nos Grupos Estratégicos que, em síntese, representa o universo das organizações que, pelo seu posicionamento, competem por mercados similares. O Grupo Estratégico dos carros básicos, por exemplo. Segundo essa tese, um dos principais focos de qualquer estrategista é estar atento aos movimentos das organizações que fazem parte de seu Grupo Estratégico e criar barreiras de entrada de modo a dificultar sua mobilidade e obtenção de vantagem competitiva. A pergunta que fica com o exemplo acima: com quem concorre o Google? E as empresas de diagnóstico? Se as empresas do setor de saúde ficarem apenas analisando os movimentos de seu setor, conseguirão competir com novos concorrentes como o Google? Aliás, o modelo do Porter dá conta de movimentos de organizações de outros setores quando cita as ameaças de novos entrantes, porém, ainda nessa frente, os movimentos de outrora eram muito mais previsíveis do que os atuais. Nada na história se assemelha ao que está acontecendo atualmente. As fronteiras entre os negócios estão sendo evaporadas pela tecnologia. Organizações e líderes que não entenderem essa lógica e continuarem aferrados a um raciocínio inflexível correm sérios riscos já que a ameaça pode vir de onde menos se espera e as consequências serão dramáticas. Afinal, que tal um Google fungando no seu cangote?

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A melhoria incremental vai quebrar sua empresa

15 dezembro 2017

Segundo pesquisa recente da Singularity University, 75% das empresas americanas não tem desenvolvido soluções de ruptura. Essas soluções são aquele tipo de inovação com potencial para transformar dramaticamente um negócio ou até mesmo um setor como os clássicos casos do Netflix, Airbnb, Uber dentre outras novas empresas que estão mudando os fundamentos de segmentos inteiros da economia. A inovação sempre foi um tema valorizado nas organizações. O pensador clássico da disciplina é o professor Clayton Christensen que elaborou a tese fundamental a respeito das inovações incementais e de ruptura. Esse pensamento é a origem de todas reflexões da nova economia e colocou em evidência um termo onipresente na sociedade atual: a disrupção. Na história recente, tendo como foco a melhoria contínua de seus negócios, as organizações dedicaram-se a incentivar e desenvolver melhorias incrementais em seus processos e negócios. Essa estratégia, que foi responsável para evolução de corporações míticas, pode sentenciar o fim das organizações atualmente. Em um ambiente cuja velocidade da transformação é avassaladora, a melhoria incremental pode ser a morte a conta gotas. Aquela súbita melhora antes do organismo sucumbir. Se antes, essa falência ocorria gradativamente, hoje seu impacto é súbito. Todo líder corporativo deve se dedicar a questionar seu negócio central e refletir sobre formas de destruir seu negócio. Esse é um exercício de alta complexidade, mas absolutamente fascinante. Muito possivelmente você não conseguirá fazer isso com a equipe que está dedicada ao dia a dia do negócio ou mesmo utilizando seu atual sistema de gestão. É requeridos investimento em energia, grana e foco para pensar o novo com a coragem de sentenciar seu próprio fim. Antes que outros o façam. #gestaonaquartarevolucaoindustrial

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Apple, Shazam, Spotify e os Inovadores Modelos de Negócios

12 dezembro 2017

Uma das visões estratégicas que mais sofre transformações nessa Era de Transformações (ops…) é a dos Modelos de Negócios. Há uma miríade de modelagens muito distintas da economia tradicional que, a princípio são alvo de incredulidade, porém com o tempo se provam como escolhas acertadas. Google, Amazon e Facebook já foram alvos da desconfiança geral com seus Modelos de Negócios. Hoje estão entre as 5 empresas mais valiosas do mundo. Essa semana, a Apple adquiriu por cerca de U$ 400 milhões o Shazam, aplicativo que começou sua trajetória identificando músicas por meio do seu áudio e, atualmente, faz o mesmo com programas de televisão, filmes e propagandas. Sempre fui fã desse app que foi um dos pioneiros a aliar Inteligência Artificial com Big Data e apresenta uma acuracidade incrível. Tenho notado que ele identifica cada vez mais rapidamente as músicas desejadas. Basta um ou dois acordes e pronto. Lá está a identificação correta do som. Minha dúvida, no entanto, sempre foi sobre como o Shazam iria gerar receita de forma consistente e crescente. O movimento da Apple começa a elucidar a estratégia da startup, já que uma maior integração com a Apple Music e o ITunes pode render frutos muito promissores tanto no que se refere a popularização do streaming de áudio quanto na comercialização das músicas da plataforma de ecommerce. A startup inglesa fundada em 1998, já passou da marca de 1 bilhão de downloads, conta com mais de 100 milhões de usuários em mais de 190 países e tem como sua principal fortaleza a presença no incrível universo dos smartphones. A recente aquisição mexe ainda com outra startup estrelada de nossos tempos: o Spotify que, segundo fontes, está na eminência de fazer seu IPO. O app de streaming de áudio já está integrado ao Shazam com quem tem uma parceria de geração de usuários, canal que pode secar de acordo com a evolução desse negócio, além de “ganhar” um concorrente mais fortalecido com essa união, a Apple Music. Ah, outro parceiro do Shazam é o Google Play que tem investido para ser um player relevante nesse negócio. Como você pode notar, existem inúmeras possibilidades de modelagem de negócios e geração de receitas consistentes e valiosas para o negócio que foge do padrão tradicional. Como tenho insistido com frequência e é um dos temas de meu novo livro a ser lançado no início do ano: é necessário aprendermos a desaprender para estarmos mais aptos a absorver novos conhecimentos essenciais para esses novos tempos. Nos desprendermos dos vícios de uma visão preconcebida é essencial para nos adaptarmos a um mundo em ebulição. Desafiante, pois demanda muita humildade e coragem para nos lançarmos rumo ao desconhecido. Essa nova lógica vale para qualquer um, viu? Open your mind!!!

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